sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O primeiro capítulo de um livro

O quarto estava escuro a não ser por umas brechas da persiana que eu esquecera de fechar na noite anterior,provavelmente o céu estava nublado (a luz não entrava com tanta força como nos outro dias de verão) por ímpeto resolvi abri-la talvez fosse bom respirar um ar úmido e ver quais formas as nuvens adquiriam naquela manhã.
Em tempos como este não costumaria sair para andar de bicicleta , havia algo porém me aconselhando a isso, a primeiro momento pensei : haverá poucos carros e poderei andar mais tranqüilo ,quem sabe? Seria Perfeito as ruas desertas , o ar úmido , pouco sol, idéias - sim adoro pensar ao andar de bicicleta.
Segui meu rito antes de sair, comi alguma coisa , bebi um pouco de água , tirei o meu pijama -se é que dá pra considerar um shorts de pijama – pus meu mp3 player no ouvido e deixei o portão de minha casa.
Estava tudo como imaginava poucas pessoas tem coragem de ir ao parque com um tempo deste ,esta era uma das raras vezes que poderei pedalar mais depressa sem medo de assustar ou até mesmo machucar alguém no passeio público. A rua ainda molhada pela chuva da noite anterior ,um pouco escorregadia por sinal,me deixava apreensivo com a atenção redobrada , ao se aproximar de uma esquina retirei meus fones e pensei ter escutado algo vindo em minha direção olhei para direita depois para a esquerda , nada, o barulho era alto demais para não ser alguma coisa passei por ela olhando para trás , ver se aparecia algo, logo desisti resolvi voltar a frente. De súbito um homem negro surgiu próximo a mim , perto demais para frear , tentei desviar mas ele resolveu tomar uma atitude estranha dar um passo ao lado - o mesmo lado que eu tentava ultrapassá-lo e evitar que ocorre-se algum ferimento à ambos os lados - virei de forma brusca e esperando o pior , era inevitável ao louco - de certa forma suicida - e a mim, sairmos com uns belos arranhões . Fechei os olhos e deslizei o negro asfalto molhado ,minha pele rasgava em atrito ao chão, a muito custo parei. - Espera tem algo de estranho- não senti o impacto com o homem.
Levantei-me rapidamente para evitar maiores problemas com um caminhão ou um ônibus, me sentei ao meio fio e comecei a fazer um balanço do meu acidente,a minha perna esquerda que por alguns segundos me serviu de freio - espero nunca mais usá-la de tal forma- mostrava-se escarlate intenso, os outros membros permaneciam intactos salvo alguns ralados ali e aqui, nada, porém impedia meus movimentos. Resolvi seguir ao parque ,já próximo , e lavar meu mai s novo ferimento antes de voltar e fazer os devidos curativos. Cabisbaixo segui por causa da dor e das caretas (não queria que alguém pudesse ver aquilo). Alívio a porta do banheiro estava perto joguei minha bicicleta na grama e com uma certa dificuldade me postei contra a porta, pra que? Para dar de cara com ela, estava trancada.

– Droga o que esta acontecendo hoje? Uma voz abafada ecoou pelos azulejos do banheiro atravessou o basculante e chegou á mim :

-Você realmente quer saber? Não responde já estou saindo.

Paralisei por alguns instantes, só sai do transe com os estalar da fechadura se abrindo.Uma mão negra apareceu sob o meu fronte ainda baixo,como se esperando um aperto . Subi com o olhar o seu braço até chegar na face, levei um pequeno susto. Era o homem ,o homem que a pouco quase matei. Minha face ficou rubra de raiva e indignação, minha mão se estendeu instintivamente para cumprimentá-lo mas não foi algo cordial ao contrário minha mão apertou a dele com tanta força, enquanto essas palavras rompiam a barreira de meus dentes fechados:

- O senhor quer morrer? Por que se quiser eu te dou uma faca e por favor faça isso sozinho, ainda não estou afim de matar ninguém.

Ele apenas olhou para mim com um sorriso expressando um olhar de orgulho e satisfação.

- Como seu anjo é bom saber que segue o 6° mandamento .

3 comentários:

  1. Tenho uma certa inveja de você por escrever tão bem assim... hsaoihsaoi mas é inveja boa, viu? (:
    Com certeza esse pedido não vai ser só meeu: continuua, por favoor? *--*

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  2. Me senti presa ao testo até acabar... não conseguia parar de ler! Meu impulso no final foi uma risadinha, após o suspense silencioso no qual fiquei o texto inteiro... será q fui a única?

    Parabéns! "Continua, por favor?" [2]

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