terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Entenda o passado para compreender seu futuro.

Em algum momento da década de quarenta.

O barulho dos sapatos habitando os pés corredios já podiam ser escutados da varanda, após algum tempo veio em conjunto o som de uma voz doce ,típica de uma pequena menina:
- Pai !!!
Os olhos marejados que para um leigo poderiam significar tristeza, não confundiu o Pai ele sabia que a noticia era boa mas seu coração já meio sem jeito palpitava cada vez mais forte.
- Oi filha qual a noticia?
- Passei de ano Pai!.
Algumas lágrimas começaram a escorrer dos olhos do homem calvo,percebendo tal atitude ela correu para abraçar o Pai que apenas a afastou ,surpreendendo-a, ele porém se manteve o mais inalterado possível ,mas as palavras temiam em não sair de sua boca. Saíram tremidas e inconfortáveis tais palavras:
- Filha ,sinto, mas não pode continuar seus estudos.
Boquiabriu-se ,ela não conseguia entender havia ido tão bem, os professores só lhe diziam elogios, o seu coração sentiu vontade em contrariar as palavras de seu pai ,palavras respeitadas ,sempre, devido a alta rigidez disciplinar:
-Porque papai? Sempre fui boa aluna.
Não havia argumentos justos para aquilo e era contra sua índole mentir por mais dolorosa que fosse a verdade:
-Filha o Pai não pode sustentar todos seus filhos na escola, e os meninos precisam estudar mais que as mulheres, pois serão eles que vão sustentar suas famílias.

O tempo passa mas não os sonhos mais verdadeiros.
Ainda era muito cedo ,apenas alguns raios de sol solitários apareciam para esconder a lua cheia, ela acordou mais cedo que o normal a ansiedade não permitia mais sonhos. Decidiu então adiantar as tarefas rotineiras, preparar o café e o almoço do marido que logo iria a feira e preparar pela ultima vez no ano o lanche das crianças, aquele era o ultimo dia do ano letivo, estava , especialmente naquele ano, ansiosa pelos resultados. Não adiantou tudo, quis deixar um pouco para depois, sem ócio, para isso sentou um pouco bebeu o café preto e foi ver o pôr do sol na varanda dos fundos, foi silêncio e paz por alguns instantes, até ser interrompida pelos primeiros bocejos e bons dias oriundos da cozinha, foi supervisionar como tudo corria por lá ,se estavam gostando ou se havia esquecido de fazer alguma coisa, ocorreu tudo em harmonia e monotonia. Tudo preparado só faltava algo, algo que só ela poderia fazer e preferiria fazer a sós ,por isso esperou até este momento. A vela já estava imponente sobre o pequeno altar, estava ali a sua fé inabalável em seus santos e principalmente em seus sonhos, tinha plena certeza da realização deles, se Deus não permitiu que ela realizasse alguns anos atrás, sabia que ele a recompensaria de outra forma e sim seria hoje. Ascendeu a chama, ascendeu a sua luz, ascendeu a sua esperança era como se toda a sua vida fosse aquela vela que apesar de toda luz que gerou um dia chegaria ao fim mas ela tinha servido para alguma coisa mesmo não realizando algum papel efetivamente importante. As orações e preces estavam lançadas não dependia mais a ela o futuro, esta velha vela fez tudo o que pôde para trazer luz á todos ao redor.
Voltou á cozinha, precisava terminar suas tarefas, se bem que nunca terminou e não percebia isso, dizia sempre: “- tenho que terminar minhas tarefas e nunca terminava”, hoje penso que as tarefas á serem terminadas por ela nunca estavam relacionadas aquela casa, aquilo era só uma exteriorização de algo bem maior, algo além de olhos comuns. Fez tudo com devia até certa hora, mas a ansiedade não permitia continuar, foi várias vezes ao portão ver se as crianças estavam vindo, a hora estranhamente não passava, os segundos se tornaram minutos e os minutos horas, impaciente seguiu mais uma fez ao portão, estava próximo do horário habitual das crianças voltarem, esperou um pouco na esquina e logo decidiu voltar...
O barulho dos sapatos habitando os pés corredios já podiam ser escutados da varanda, após algum tempo veio em conjunto os sons de vozes doces, típicas de pequenas crianças:
-Mãe !!!! passei de ano.
As lágrimas rolavam em seu rosto por ação da gravidade, ajoelhou-se para receber os abraços e os beijos seguiram de ambos os lados.
O seu sonho se realizara, graças aos seus santos ou por sua insistência.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O primeiro capítulo de um livro

O quarto estava escuro a não ser por umas brechas da persiana que eu esquecera de fechar na noite anterior,provavelmente o céu estava nublado (a luz não entrava com tanta força como nos outro dias de verão) por ímpeto resolvi abri-la talvez fosse bom respirar um ar úmido e ver quais formas as nuvens adquiriam naquela manhã.
Em tempos como este não costumaria sair para andar de bicicleta , havia algo porém me aconselhando a isso, a primeiro momento pensei : haverá poucos carros e poderei andar mais tranqüilo ,quem sabe? Seria Perfeito as ruas desertas , o ar úmido , pouco sol, idéias - sim adoro pensar ao andar de bicicleta.
Segui meu rito antes de sair, comi alguma coisa , bebi um pouco de água , tirei o meu pijama -se é que dá pra considerar um shorts de pijama – pus meu mp3 player no ouvido e deixei o portão de minha casa.
Estava tudo como imaginava poucas pessoas tem coragem de ir ao parque com um tempo deste ,esta era uma das raras vezes que poderei pedalar mais depressa sem medo de assustar ou até mesmo machucar alguém no passeio público. A rua ainda molhada pela chuva da noite anterior ,um pouco escorregadia por sinal,me deixava apreensivo com a atenção redobrada , ao se aproximar de uma esquina retirei meus fones e pensei ter escutado algo vindo em minha direção olhei para direita depois para a esquerda , nada, o barulho era alto demais para não ser alguma coisa passei por ela olhando para trás , ver se aparecia algo, logo desisti resolvi voltar a frente. De súbito um homem negro surgiu próximo a mim , perto demais para frear , tentei desviar mas ele resolveu tomar uma atitude estranha dar um passo ao lado - o mesmo lado que eu tentava ultrapassá-lo e evitar que ocorre-se algum ferimento à ambos os lados - virei de forma brusca e esperando o pior , era inevitável ao louco - de certa forma suicida - e a mim, sairmos com uns belos arranhões . Fechei os olhos e deslizei o negro asfalto molhado ,minha pele rasgava em atrito ao chão, a muito custo parei. - Espera tem algo de estranho- não senti o impacto com o homem.
Levantei-me rapidamente para evitar maiores problemas com um caminhão ou um ônibus, me sentei ao meio fio e comecei a fazer um balanço do meu acidente,a minha perna esquerda que por alguns segundos me serviu de freio - espero nunca mais usá-la de tal forma- mostrava-se escarlate intenso, os outros membros permaneciam intactos salvo alguns ralados ali e aqui, nada, porém impedia meus movimentos. Resolvi seguir ao parque ,já próximo , e lavar meu mai s novo ferimento antes de voltar e fazer os devidos curativos. Cabisbaixo segui por causa da dor e das caretas (não queria que alguém pudesse ver aquilo). Alívio a porta do banheiro estava perto joguei minha bicicleta na grama e com uma certa dificuldade me postei contra a porta, pra que? Para dar de cara com ela, estava trancada.

– Droga o que esta acontecendo hoje? Uma voz abafada ecoou pelos azulejos do banheiro atravessou o basculante e chegou á mim :

-Você realmente quer saber? Não responde já estou saindo.

Paralisei por alguns instantes, só sai do transe com os estalar da fechadura se abrindo.Uma mão negra apareceu sob o meu fronte ainda baixo,como se esperando um aperto . Subi com o olhar o seu braço até chegar na face, levei um pequeno susto. Era o homem ,o homem que a pouco quase matei. Minha face ficou rubra de raiva e indignação, minha mão se estendeu instintivamente para cumprimentá-lo mas não foi algo cordial ao contrário minha mão apertou a dele com tanta força, enquanto essas palavras rompiam a barreira de meus dentes fechados:

- O senhor quer morrer? Por que se quiser eu te dou uma faca e por favor faça isso sozinho, ainda não estou afim de matar ninguém.

Ele apenas olhou para mim com um sorriso expressando um olhar de orgulho e satisfação.

- Como seu anjo é bom saber que segue o 6° mandamento .

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Hope

Em mundo de crises finaceiras inimaginavéis e mudanças climáticas tão bruscas a população deste planeta se viu por alguns instantes sem saída, para onde iamos correr se o maior líder da nação na qual dependem os passos de todo mundo estava preocupado apenas com guerras soberania e presente?.
Neste contexto fomos obrigados a bater um outro recorde o de eleger uma nova esperança, esperança esta que veio carregada de estratégias de marketing e propaganda (ao contrário de um homem a uns 2000 anos que preferiu a estratégia do boca a boca mesmo).
Tanto esforço deu certo, nossas almas se revigoraram ao ver aquela nova cor da esperança ,não mais o tradicional verde , mas agora o negro. Ah e o seu nome mudou também ,uma coisinha um pouco mais complicada ,Barack O'bama.

E claro nossos recordes não param por aqui a nossa esperança personificada ganhou em alguns meses ,um premio que muitos demoraram decadas para conquistar, exemplos? pessoas simples como Madre Tereza de calcutá ou quem sabe Nelson Mandela ,só ficou preso por cerca de duas decadas e quando saiu livrou seu povo de um perverso regime , o apartheid.
Merecia mesmo este novo mesias a um premio tão prestigiado apenas por nos indicar um caminho? uns dizem que sim outros dizem não, eu apenas sei que esta ocasião poderia se tornar quem sabe um dia a inspiração de um poeta que poderia escrever desta forma : you gave hope to us/the new U.S. jesus/the word need you jesU.S.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Só quero o tudo que em tudo pode conter.

Posso aprender muito
mas o que?
no que posso eu
pobre mortal
ser mais útil?
O universo é tão vasto
e o mundo tão grande
mas quero começar do início
começar a entender a nos mesmos
Me limitarei ao desconhecido

á tudo aquilo que me parecer
profundo,profano e insano
Compreender o ser humano.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E o destino me traz mais um problema.

E os óculos negros no rosto fino traziam consigo não apenas uma beleza peculiar na qual me agrada
mas também um ar de inteligência, inteligência que não fica apenas na aparência veem junto idéias, idéias essas que me deixam espantado por serem não apenas interresantes mas principalmente
parecidas com as minhas (neste momento nefastamente parecidas com as minhas).
Era para ser uma manhã qualquer , não foi. Recebi um sim de um programa que eu tanto aprecio , difundir conhecimento, e nada melhor do que uma boa companhia com idéias.Estava tão bom seguir cada passo acompanhado de um sorriso de aprovação. Tão bom que foi inevitável tal pergunta:
-Tem algo pra fazer sábado, talvez possamos assistir um filme.(tentei ser o mais informal possivel para não deixa-la incomfortável contudo ela percebeu um tom solene quase inperceptivel em minha voz, demonstrando como seria importante para mim a resposta "correta")
-Ah Não, porque eu preciso estudar.
Os nãos me aflingem, me jagam contra a parede e por momentos me deixam sem saída instalando em minha mente apenas em um enorme ponto de interrogação .
Será que este não foi sincero e algo entre nós é possivel?
E se não foi? ela quis ser apenas gentil.
Serei estupido em continuar tentando algo?
Ou minha tão caracteristica persistência será necessária?

E o destino me traz mais um problema, não reclamo ,agradeço. São os problemas que me fazem sentir humano, um ser pensante , capaz de gerir estratégias para buscar as melhores soluções.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

CPQBA ( 1° Emprego)

Amanha quando eu tirar o vermelho pó de meu tênis farei isso com extrema dor.

Lembrarei de minhas mãos sobre o verde das folhas.
Do amarelo do sol afagando meu rosto logo cedo.
Do vento esvoaçando meu jaleco.
De meu pé infincado na terra.
Do caos de minha mente procurando o novo.

Por isso amanha quando o sol estiver em seu ápice
Irei trocar o sal do suor pelo sal das lágrimas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O que mais quero.

Isto é o que mais quero.
Aquilo é o que mais quero.
Este é o que mais quero.
Esta é a que mais quero.
Tudo isto é o que mais quero.
E se eu tiver tudo o que eu mais quero
Serei tudo aquilo que menos quero.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Hope

sábado, 3 de outubro de 2009

Aos olhos que ainda não decifrei.

Depois desta tarde
Todas as vezes que eu olhar para o céu
Lembrarei de seus olhos.
E todas a vezes que eu olhar para o teus olhos
Lembrarei daquele céu.
Não porque são azuis os teus olhos
Mas porque os dois , céus e teus olhos,
Me remetem ao infinito.


Só não decifrei muito bem....
Infinidade de que?